sábado, 12 de fevereiro de 2011

BBB: entretenimento?!



O Big Brother Brasil já está em sua 11ª edição. Tido como o reality show numero 1 do país, o programa mais esperado da televisão brasileira estreou há cerca de 1 mês, repleto de novidades e surpresas para o público sob o comando do magnífico e inexorável Pedro Bial. No entanto, a cada dia que passa, a atração se torna mais rotineira e pouco surpreendente. Não se pode taxá-la de previsível, pois Boninho e a Rede Globo se mostram aptos a inventar e reinventar o jogo com seu quarto de pandora, xepa, casa de vidro, etc, mas ainda não é tota
l suficiente para cair no gosto do povo.


Um dos motivos do aparente quase-fracasso das últimas edições do BBB pode ser atribuído à escolha de péssimos participantes para o jogo. Boninho já deixou evidências claras através de seu twitter que a escolha é feita mal, porca e preguiçosamente, semanas antes do início do programa. Para mim, esta seria a tarefa de maior importância, uma vez que milhares de inscrições sejam feitas e muitas dessas milhares fariam do programa um espetáculo impreterivelmente sensacional. Ao invés disso, pessoas já famosas são escolhidas para ingressar, algumas com um padrão de vida muito alto (moraram no Canadá, no Egito) e pessoas feias ou velhas que são indicadas para serem as palhaças (pois são engraçadas de algum jeito). Depois do término do programa, a mesma coisa acontece: os bonicos (bonitos e ricos) vão para o Paparazzo, fazem campanhas e editoriais. Os feios e velhos vão para programas de humor ou viram apresentadores. Quanto ao ganhador?! Some.


Boninho tem tentado trazer mais diversidade ao programa, criando uma atmosfera colorida e livre de preconceitos. A última edição contou com Dicésar e Serginho, que se tornaram ídolos gays, ganhando imitações do Pânico na Tv e espaço em programas de auditório. Infelizmente o mesmo não aconteceu com Angélica, a "Morango". A recente edição trouxe muita polêmica aos lares brasileiros com a transexual Ariadna. Muita especulação se fez ao redor do que realmente era um "transexual" e do quão abrangente e moderno tinha se tornado o BBB. Como se não bastasse, "Ari" ainda era garota de programa e criou muita confusão com Rodrigo e Maria, além é claro, de ser eliminada na primeira semana de confinamento.



Os novos participantes se mostraram agradáveis na primeira semana, mas logo as máscaras começaram a cair. Diogo se revelou uma mala 100 alça, intrometendo-se, xingando e mostrando seu descontrole sem motivo nenhum. Daniel e Lucival que eram preteridos, passaram a ser preferidos, apelidados carinhosamente de "Dalu". Apesar de ter gostado muito de Michelly, Nathália, Paulinha e Diana, logo se vê que são alvos fáceis às estratégias das invencíveis panelinhas. Maurício que era cheio de amor, voltou para o jogo decidido a jogar com a razão e a se vingar dos que traíram sua confiança. Rodrigão que até então nao fedia nem cheirava, protagonizou 2 paredões (e permaneceu na casa), conquistou o coração da novata Adriana e fundou sua própria panelinha. Notável é que não escape de um terceiro paredão, já que mostrou ao Brasil o BABACÃO que é, respondendo para Adriana que o motivo de terem ficado era "pô, atração física", e deboxado junto a Diogo por ela ter dito "eu te amo" no fim da noite. Como se não bastasse, agarrou com violência as mãos da moça por ela fazer um "carinho no cabelo dele", empurrou-a com um "então sai daqui" e terminou a relação com birrinha de "eu não tenho atitude". Cena dantesca foi o ataque na cozinha: a pobrezinha não teve voz diante das gritarias de Diogo e Rodrigão. Após o acontecido, Adriana, que tinha um namoro de 1 ano e meio fora da casa, foi pro banheiro chorar.
Lamentáveis episódios de lamentáveis participantes.



Outro evidente motivo do Big Brother não "ser mais o que era" são as constantes e violentas projeções dos patrocinadores. Tudo, absolutamente tudo se torna motivo para estampar uma marca, até mesmo as provas. Comida, Anjo e Líder não são mais de autoria do programa, são meros instrumentos de disseminação dos nomes por tras do nome. Aquela prova do líder que os confinados tinham que se vestir de frango e entrar no forno a noite toda, simplesmente ridícula. Mas o que valia não era uma boa prova, era mostrar o novo e delicioso "Knorr Meu Frango Assado"! Sem esquecer, é claro, da trágica PRIMEIRA prova de liderança, patrocinada pelo Guaraná Antártica, que deu errado 2 vezes e ainda atrasou o programa em 10 minutos.



É decepcionante que algo assim valha 1 milhão e meio de reais, uma vez que tantos outros reality shows, mais legais, mais interessantes e mais receptivos sejam tão menosprezados pela emissora. Hipertensão é um exemplo vívido. Muito melhor do que o Big Brother jamais vai ser, o programa apresentado pela brilhante Glenda Kozlowski além de emocionante e surpreendente, aguça e desperta o público, que não tem poder dentro da atração, podendo apenas torcer pelo seu favorito e rezar para que ele vença as mirabolantes e perigosas provas "hipertensas". O casal Toshi e Andressa foi o favorito até o fim do programa e mesmo não tendo a notável fama de BBB, continua sendo TT' do senso comum e queridinhos dos brasileiros.




A verdade que a Globo não quer enxergar, se torna mais nítida a cada edição: o BBB está falhando. Já falhou. Quem gostava está deixando de gostar, e quem já não gostava têm agora motivos para odiar. "A Casa Mais Vigiada do Brasil" está chegando ao nivel da "Fazenda Mais Vigiada do Brasil", e logo logo deixará de ser um programa da família para se tornar última opção de entretenimento. O povo não gosta mais de ver baixaria na TV, ela é livre na internet! Está na hora da televisão brasileira se reinventar e começar a entreter novamente, senão daqui a pouco, aparelhos de tv serão passados remotos na vida de cada um. Como diz a filosofia do século XXI: "Internet, é você que eu amo! O que tive com a televisão foi passageiro." E é mesmo. ■