quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Um Guarda-Roupa Presidencial



D ilma Rousseff é a 1ª mulher presidente do Brasil. Com mais de 55% dos votos válidos, a eleição do último domingo (31) escreveu história tornando-se a mais importante dos mais de 5 séculos de descoberta do nosso país. Nações inteiras voltaram seus olhos curiosos para nossa democracia, agora, chefiada por uma figura feminina. E que figura feminina.


Ao longo de sua trajetória Dilma Rousseff colecionou visuais, especialmente este ano, quando deixou a Casa Civil para dedicar-se à campanha presidencial. As roupas que a candidata do PT seriam sua imagem principal, tornando essa tarefa de primordial importância. Era bem previsível que um estilista do mais alto padrão fosse encarregado dessa tarefa, e mais previsível ainda que teria sido Herchcovitch.


Interessante e ao mesmo tempo muito excitante pensar que poderíamos ver looks presidenciais deslumbrantes assinados por uma figura mitológica fashion que é Alexandre Herchcovitch. No entanto, como a sina de todo grande estilista, o nome é sempre mais forte do que o talento. Honestamente, não entendo o ponto do style atribuído à Dilma. Se a ideia principal era apresentar uma imagem séria, importante, necessária e diplomática de uma mulher que seria a governante de 190 milhões de cidadãos, eu diria que no mínimo faltou criatividade. Rosa envelhecido, rosa chá, magenta, pêssego, amarelo pele, salmão, branco, branco, branco e mais branco. Essa foi a palheta de cores pensada para vestir nossa futura "presidenta". Com toda a certeza algum fashionista deveria ter intervido. Não blogueiros ou colunistas, alguém realmente grande que pudesse dar um fim no previsível e fastidioso circulo cromático.
O meu ponto aqui não é só questionar a falta de criatividade do design e da escolha de tonalidades, mas de o quão óbvio e irritante puderam ser as composições feitas para Dilma em cada um dos debates presidenciais.



O blazer marfim usado no debate da Band teria tido um visual muito bom, se não fosse pelas gafes geométricas. Além de curto embaixo, o decote era desproporcional e as mangas... oh my, será que Dilma não sentiu desconforto algum?! As mangas estavam tão curtas que era possível ver o sangue circulando nas veias, e com uma olhada mais atenta, era possível perceber a trama desfiando nos detalhes mais "pomposos".



Na RedeTv, Dilma estrelou seus dois decotes V aliados ao pingentinho out. A jaquetinha parecia pobre, não sei se era poliéster ou abrigo... Enfim, com este look, Dilma estava pronta pra enfrentar uma maratona... de exercícios na academia. #tenso!



O branco voltou a assombrar os estúdios da Record. Dessa vez o blazer era de tricozinho (ao que aparenta né), e os detalhes cinza bordados do zíper chamavam mais atenção do que a própria candidata. Felizmente dá para salvar o decote, super harmônico e bem feito. Só que, mais uma vez a escolha foi: branco!



Na Globo, foi um #DeusNosAcuda com a monocromia de rosa, feixo de papel crepom e mangas curtas de novo. A calça preta: nada haver! OUT total.



O segundo turno chegou, e o debate da Band do dia 10/10/10 com certeza foi o melhor. Não só pelo confronto direto que colocou cartas na mesa, mas também pelo lindo traje de Dilma Rousseff. O blazer cotton super sofisticado num tom lavanda opaco concedeu a força que Dilma precisava para impor respeito e colocar Serra em seu devido lugar. Como nem tudo é perfeito, o corte do ombro excedeu-se, e em muitas vezes pareceu que Dilma usava "ombreiras".



O último debate 3 dias antes da eleição aconteceu na Globo e trouxe um uniforme até gentil, mas nem um pouco daquilo que eu esperava. O caimento estava bom, mas a cor era péssima, muito pobre. As mangas?! curtas agaaiinnnnnnnn. AFF




Qualquer semelhança é mera coincidência.

rsrsrsrs
Particularmente, a minha proposta de estilo para ela seria de uma paleta mais alegre e ao mesmo tempo confiante. Camisas com colete de tecidos mais caros e viscosos como a seda, o tafetá, o blazer trabalhado na camurça. Púrpura, verde oliva com uma sobreposição pistache, variações de tonalidades do vermelho (amora, carmesim, escarlate, vinho, e por que não marrom?!). Com toda a certeza a imagem de Dilma teria sido vinculada com uma maior aprovação no quesito "não gosto dela, mas gosto da roupa." Obviamente seria muita pretensão compará-la à Carla Bruni como figura política fashion, mas só por que a ''presidenta'' é mais velha, não quer dizer que deva vestir-se como uma senhora de 100 anos de idade. Ela ainda fez plástica e dieta, ora bolas!
Acho que antes de ter um consultor de moda, Dilma Rousseff vestia-se bem melhor do que na campanha que fez este ano. Mas... quem seria eu para julgar?! Só mais um blogueiro metido querendo ganhar espaço?! Um fanfarrão cruel com algum conhecimento subversivo?! Não meus amigos, sou apenas mais um eleitor devoto da nossa presidente, muito revoltado com este canovacci deficitário que assolou e reduziu por terra o estilo de Dilma Rousseff. Fica a minha torcida para que o Brasil prospere, assim como a noção de moda e imagem destes potenciais consultores, que de pontecial, só tem nome.